Esta publicação procurou reunir informações sobre todos os cultivares de espécies vegetais que foram trabalhados e indicados para cultivo aos produtores rurais de São Paulo e do Brasil, desde a criação desta centenária Instituição de pesquisa agrícola em 1887.
Naquela ocasião a cultura do café se estabelecia na região, e por articulação de lideranças do setor cafeeiro, D. Pedro II, por decreto imperial criava a Imperial Estação Agronômica de Campinas, com a finalidade de desenvolver estudos para dar suporte àquela cultura. Por aproximadamente trinta anos os trabalhos foram dirigidos prioritariamente ao café. Entretanto, outras espécies de crescente interesse sócio econômico, também recebiam a atenção dos poucos técnicos existentes, através de testes de adaptação às regiões produtoras de São Paulo
A tímida iniciativa redundou na pujante estrutura de pesquisa e desenvolvimento para o agronegócio que é hoje o Instituto Agronômico.
A partir da crise econômica de 1929, com a evolução de seu corpo técnico e diversas reformulações efetuadas na estrutura institucional, intensificaram-se os estudos de técnicas culturais com o algodão, o milho, a mandioca, o amendoim, a cana-de-açúcar e diversas outras. Nesta época também foram iniciados os programas de melhoramento genético, já em bases científicas, que resultaram a cada ano em novos materiais que foram sendo disponibilizados, incorporando características como maior produtividade, resistência a moléstias e pragas, maior teor de proteínas, e especialmente ampla adaptação às condições edafoclimáticas do Estado.
Inicialmente, as diversas variedades já existentes, ou mesmo as próprias espécies botânicas foram sendo selecionadas, testadas regionalmente e colocadas à disposição dos agricultores através de sementes, mudas e/ou borbulhas produzidas sob condições controladas.
Atualmente a maioria dos materiais é resultado do incansável e meticuloso trabalho dos pesquisadores nos diversos programas de melhoramento genético que se desenvolvem na Instituição. Em certos casos, e dependendo da espécie em estudo, o trabalho termina após muitos anos de testes, tanto nos laboratórios como nos campos experimentais, chegando-se a um novo cultivar com as características desejáveis aos produtores, para a obtenção de maior lucro na atividade, e aos consumidores com melhor qualidade.
Uma das características da atuação do Instituto Agronômico é a postura pública na disponibilização dos resultados de suas pesquisas, na forma de bens (sementes), na de serviços (análises) e especialmente através de informações (transferência de tecnologia, publicações, etc.), desenvolvendo grande parte de suas atividades junto ao produtor rural. Deste fato advém, com certeza, a elevada credibilidade da Instituição, o que torna seus produtos de pronta aceitação e ampla adoção, tanto a nível estadual como nacional.