Centro de Cana
O Centro de Cana IAC realiza trabalho multidisciplinar dentro do Programa Cana IAC que envolve melhoramento genético, ciências do solo, caracterização de ambientes de produção, fitotecnia, manejo de pragas e doenças e estimativa de produção. O IAC conta com rede de experimentação em 11 Estados brasileiros, com cerca de 160 empresas conveniadas. O resultado dos trabalhos engloba o desenvolvimento de vinte variedades IAC — 19 para o setor sucroalcooleiro e uma para fins forrageiros. O Programa gera também eficientes pacotes tecnológicos, que têm levado a competitividade da canavicultura paulista a outros Estados brasileiros e ao exterior (México, países da América Central e Continente Africano).
A excelência do Programa Cana IAC é sustentada pela diferenciada equipe multidisciplinar de pesquisadores e técnicos, apoiados em estrutura que inclui Estação de Hibridação na Bahia — referência no Brasil e no mundo —, destinada à campanha de hibridação. A Estação amplia as possibilidades de cruzamentos e de obtenção de perfis de plantas desejados para a canavicultura moderna. Conta ainda com Câmara de
Fotoperíodo, a primeira do Brasil, estrutura que permite antecipar em 90 dias o florescimento da planta. A pesquisa IAC tem ainda o Ambicana, responsável pela qualificação de ambientes de produção, possibilitando ao produtor realizar manejo varietal otimizado. Em uma década, o Ambicana alcançou área de influência em torno de 1.200 mil hectares em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. O Previclimacana faz estimativas de produção da cana atualizadas mensalmente.
Histórico
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) foi o precursor da pesquisa agrícola no Brasil. Em cana-de-açúcar, iniciou em 1892, com Franz W. Dafert, cientista austríaco que desenvolveu o primeiro estudo envolvendo 42 variedades de canas nobres (Saccharum officinarum) em duas condições de cultivo.
No final do século XIX, a gomose, primeira doença registrada nas lavouras de cana-de-açúcar nos Estados da Bahia e de Pernambuco, preocupava o setor canavieiro paulista devido à suscetibilidade da cana caiana. No início da década de 20, foi o mosaico que se disseminou pelos canaviais paulistas, provocando grande crise e levando à criação de programas de melhoramento genético. Na década de 30, Frederico de Meneses Veiga, em Campos (RJ) e José Manuel de Aguirre Jr, em Piracicaba (SP) lideraram os programas dos quais resultaram as variedades CB e IAC, juntamente com as primeiras experimentações de métodos de cultivo da cultura. A princípio, o melhoramento genético priorizava o estudo de genótipos introduzidos de outros países como Índia (sigla Co), Java (sigla POJ) e Estados Unidos (sigla CP). No final da década de 30, os resultados experimentais indicavam a variedade Co290 como de superior potencial agroindustrial quando comparada às POJs e CPs.
Nas décadas de 40 e 50, foram avaliados os primeiros genótipos desenvolvidos em Campos e Piracicaba, que resultaram nas primeiras variedades criadas no Brasil: CB41-76, CB45-3, CB40-69, juntamente com as variedades IAC48-65, IAC50-134, IAC51-205 e IAC52-150. A partir desta época, outros estudos também foram desenvolvidos como: adubação, calagem, época de plantio, espaçamento, aplicação de vinhaça etc.
Esse processo foi acompanhado pelo desenvolvimento da agroindústria canavieira no Centro-Sul do Brasil. Na década de 60, dois pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas, Carlos Alberto Krug e Hermindo Antunes Filho contribuíram significativamente na formação dos programas de melhoramento genético do Planalsucar, atual RIDESA e Copersucar, hoje CTC. Com a criação desses dois programas, a pesquisa canavieira foi dinamizada em todo o Brasil. Na década de 70, foi firmado um convênio entre a Copersucar e o IAC que possibilitou a introdução de 678 genótipos de vários países. A ampliação dessa colaboração permitiu que o IAC utilizasse a Estação Experimental de Cruzamento de Camamu (BA), onde se concentra o maior número de genótipos de cana-de-açúcar de todo o mundo e excelentes condições climáticas para hibridação. Na década de 80, o melhorista Raphael Alvarez, aproveitando o posicionamento geográfico das Estações Experimentais de Piracicaba, Jaú, Ribeirão Preto, Mococa, Pindorama e Assis, deu início ao projeto de criação de variedades regionais. No final da década passada, a Seção de Cana-de-açúcar foi eliminada e foi criado o Programa de Cana-de-açúcar-IAC, através dos pesquisadores Pery Figueiredo, Marcos Guimarães de Andrade Landell e Mário Pércio Campana, que incorporou todos os pesquisadores e especialistas em cana-de-açúcar sediados nas seis Estações Experimentais onde as pesquisas eram conduzidas. Em conseqüência dessa nova postura de atuação descentralizada, ampliou-se rapidamente a interface institucional com o setor sucroalcooleiro, surgindo assim, o Grupo Fitotécnico de Cana-de-açúcar em 1992, em Ribeirão Preto, o qual congrega fitotecnistas de usinas e cooperativas, pesquisadores e outros profissionais de empresas de insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos, projetos e outros fatores de produção ligados à cultura de cana.
Esse grupo, além de aglutinar as principais lideranças técnicas do setor, funciona para o Programa Cana IAC como um prospector de demandas determinantes no aprimoramento de linhas de pesquisas científicas.
Em 1994, o Programa Cana foi apresentado como uma proposta de cooperação envolvendo as empresas do setor, o Instituto Agronômico e a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola, ampliando-se a rede experimental do IAC em cana-de-açúcar. Este projeto integra pesquisas nas áreas de conhecimento de genética, fisiologia, fitopatologia, entomologia, pedologia, fertilidade, climatologia e fitotecnia.
Com esta cooperação empresas x pesquisa foi criado, a partir de 1995, o Treinamento Procana para promover a homogeneização da linguagem técnica, aumentar a capacidade de absorção dos agrônomos e técnicos das usinas no processo de geração de novas tecnologias. O Treinamento, que se faz a cada ano, é o primeiro passo no processo de transferência de conhecimento da pesquisa do IAC para as usinas.
Em 2002 lança variedade exclusivamente forrageira - IAC86-2480, a qual tem proporcionado significativos resultados na pecuária de corte e de leite. Hoje ela se encontra em quase todo território brasileiro, do Pará até ao Rio Grande do Sul, podendo assim, contribuir com mais de dez mil produtores.
Novos Projetos foram agregados ao Prócana como o Ambicana e o Rhizocana, os quais tem como primícias o estudo da relação cana-ambiente e cana-raíz-ambiente, respectivamente.
Hoje o Centro conta com mais oito novos pesquisadores atuando nas diversas áreas do melhoramento genético, como a biotecnologia e áreas fitotécnicas fazendo com que sejam atingidos, em tempo hábil, os objetivos propostos pelo Programa.
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Centro de Pesquisa de Cana
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