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Pesquisador do Instituto Agronômico é premiado em cerimônia Deusa Ceres

Uma das premiações mais tradicionais da agronomia reconhece o trabalho de pesquisa de engenheiros agrônomos de diversos setores

Por Gabriela Moda, estagiária orientada por Carla Gomes (MTb 28156)

A 52ª edição da Cerimônia Deusa Ceres, realizada ontem, 4, agraciou o pesquisador do Instituto Agronômico (IAC-APTA), Hamilton Humberto Ramos, com a medalha Fernando Costa. O evento foi realizado, na sede do IAC, em Campinas. Nessa cerimônia, a Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP) entrega o troféu de Engenheiro Agrônomo do Ano e as medalhas Fernando Costa aos profissionais da agronomia que se destacaram em 2023. A Deusa Ceres é uma das premiações mais tradicionais da agronomia e ocorre anualmente com o intuito de valorizar a atuação dos engenheiros agrônomos nos mais diversos setores.

“Estou muito feliz com a homenagem porque coroa uma carreira dedicada à pesquisa. Fiquei muito feliz ao receber a notícia de minha premiação. Realmente não esperava. Sempre afirmei que sou um agrônomo que nunca teve que trabalhar, pois sempre fiz o que gosto e é muito prazeroso ter esse trabalho reconhecido por meus pares com um prêmio instituído pela Associação que nos representa”, afirmou o pesquisador sobre a importância que essa premiação tem em sua carreira.

Ramos ingressou em 1994 como pesquisador científico, no Centro de Engenharia e Automação (CEA) do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. De março de 2011 a novembro de 2012, foi diretor-geral do Instituto e, desde 2021, dirige o CEA. Ele é responsável por dois grandes projetos no Instituto: o Aplique Bem e o Programa IAC de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura (QUEPIA). Também coordena o programa Adjuvantes da Pulverização, Drones SP e Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos. São trabalhos que visam a consolidação de boas práticas e da eficácia agronômica no campo, focados na segurança do trabalhador rural aplicador de defensivos agrícolas.

O cientista do IAC é engenheiro agrônomo formado pela Unesp de Jaboticabal (SP) e doutor em produção vegetal. É também membro da Comissão de Estudos de Luvas e Vestimentas de Proteção para Riscos Químicos da ABNT e representante do Brasil no Comitê da entidade certificadora global ISO – International Standartization Organization. Integra o Consórcio Mundial para Melhoria de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na Agricultura.

O Centro de Engenharia e Automação do IAC, em Jundiaí, onde são executados os programas liderados pelo agrônomo Ramos, é parte da história da modernização da agricultura. Em uma área de 110 mil m², ao pé da Serra do Japi, desenvolve pesquisas e presta serviços nas áreas de mecanização, agricultura regenerativa, meio ambiente e segurança no manuseio de agroquímicos. Conduz mais de 30 projetos nas culturas de uva, cana-de-açúcar, agricultura por imagem e tecnologia de aplicação de agroquímicos.

Engenheiro Agrônomo do Ano

 Com mais de 60 anos de carreira com foco na agropecuária, o Engenheiro Agrônomo do Ano, Sérgio Vergueiro, é diretor-presidente da Agropecuária Aruanã, localizada em Itacoatiara, no Amazonas. Fundada por ele em 1970, a fazenda Aruanã tem uma área total de 14.310,3314 hectares, possui 1.300.000 árvores plantadas de castanheiras do Brasil, 600.000 palmeiras de pupunha sem espinho e 11.448 hectares de reserva florestal e floresta primária. Ele ainda está à frente do Instituto Excelsa, uma Oscip fundada em 2006 para fomentar o cultivo de castanha-do-brasil e pupunha nas pequenas propriedades da Amazônia, como em Manaus, além de outros municípios amazonenses.

“Foi uma emoção muito forte receber, aos 84 anos, a homenagem como Engenheiro Agrônomo do Ano, outorgada pela nossa Associação. Pertenço à AEASP desde 1961, e essa honrosa láurea tem especial significado neste momento em que a importância de ações ambientalmente corretas se impõem como práticas necessárias para a manutenção do equilíbrio ecológico de nosso mundo.”

Medalhas Fernando Costa

 O homenageado com a Medalha Fernando Costa Ação Ambiental é Marcelo Augusto Boechad Morandi. Formado em 1994 pela Universidade Federal de Viçosa, instituição na qual concluiu mestrado e doutorado em Fitopatologia e Patologia Vegetal, com foco em controle biológico, atuou como docente de Fitopatologia e de Microbiologia Ambiental na Universidade de Rio Verde (Fesurv), em Rio Verde (GO), e na PUC-Campinas. É pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde 2001, onde ocupa a chefia da Assessoria de Relações Internacionais. Atua em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação na interface Agricultura e Meio Ambiente, tendo dedicado suas pesquisas ao desenvolvimento de bioinsumos para a agricultura, na avaliação de sustentabilidade e nos impactos das mudanças climáticas sobre a agricultura.

Luiz Carlos Castanheira recebeu a Medalha Fernando Costa na categoria Defesa Agropecuária. Ele se formou em 1972 pela UniPinhal e, em 1977, graduou-se como engenheiro de Segurança do Trabalho pela Unicamp. Com uma extensa bagagem acadêmica e curricular, passou por uma importante imersão na Alemanha, Suíça e Inglaterra para tratar exclusivamente de segurança no uso de produtos químicos para a agricultura. É professor em todos os cursos de formação de Engenheiros de Segurança realizados pela PUC-Campinas e a Unicamp, desde 1978. Ele atuou como diretor-geral do Departamento de Defesa Agropecuária, hoje conhecido como Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Atualmente é consultor autônomo para a área de Segurança do Trabalho em grandes companhias.

Na categoria Extensão Rural, Wilson Rodrigues Canelas foi o contemplado. O engenheiro agrônomo se formou em 1974 pela ESALQ-USP. Iniciou sua carreira como extensionista agrícola da EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Mato Grosso do Sul e também trabalhou na Casa da Agricultura de Mirante do Paranapanema. Entre 1999 e 2013, ocupou o cargo de assistente técnico do gabinete do secretário da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Desde 2015, é assessor técnico na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Estado de São Paulo.

Na categoria de Ensino, a láurea foi entregue à professora dra. Patrícia Andrea Monquero. Ela é graduada em 1996 pela ESALQ-USP, onde também se formou mestre e doutora em Produção Vegetal. Após trabalhar como pesquisadora na Agência Paulista de Tecnologias dos Agronegócios (Apta), iniciou carreira acadêmica como docente na UFSCar, em 2005, onde realizou o sonho de trabalhar aliando pesquisa e ensino. Há dois anos é professora titular da instituição. Organizou o grupo de pesquisa GECA - Grupo de Estudos em Ciências Agrárias por onde passaram centenas de alunos. Patrícia foi vice-presidente e presidente da Sociedade Brasileira de Ciência das Plantas Daninhas, onde organizou três livros e dois congressos nacionais. A acadêmica conta com mais de 100 trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, todos envolvendo trabalhos de alunos de graduação e pós-graduação da UFSCar e em parcerias com outras instituições.

A Medalha Fernando Costa Cooperativismo foi entregue à Tatiana Marsola Piovezan.  A engenheira agrônoma se formou em 2000 pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e concluiu mestrado e doutorado em Ciências pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura Cena-USP. Foi na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), em 2009, que ela iniciou sua carreira. Como servidora pública, atuou no Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA) de 2009 a 2012, até se transferir para a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). Atualmente faz parte de Grupo Técnico de Organizações Rurais da Cati e trabalha como extensionista rural da Cati Regional de Piracicaba. No trabalho de extensão rural estimulou a importância da união entre os produtores, que levou à formalização de cooperativas e associações no Estado.

Já a Medalha Joaquim Eugênio de Lima foi entregue a Cristiano Budreckas. Formado em 1985 pela UniPinhal, o engenheiro agrônomo é especialista em Paisagismo, Meio Ambiente e Biofitorestauração. Sua carreira é marcada por importantes projetos para diferentes organizações públicas e privadas, como prefeituras e entidades como o Sesc. Atua na implementação de projetos verdes junto a diversas companhias, como o grupo BM Empreendimentos e BM Varejo, onde, desde 2020, é responsável técnico, analista e executor de projetos com foco na implantação dos diversos projetos de estruturas verdes, com destaque para o plantio das árvores dos terraços da Torre Mata Atlântica, Jardins das Oliveiras e Maciços vegetados na orla do Hotel Rosewood. Em 1985, fundou sua própria empresa, a Cristiano Budreckas ME, em plena atividade.

O Destaque em Comunicação Rural foi dedicado ao portal de notícias Agrolink. Fundado em dezembro de 1998, o Agrolink é considerado o primeiro veículo 100% digital do agro, com média de 1 milhão de usuários únicos por mês, acessado por agricultores, engenheiros agrônomos, estudantes, técnicos agrícolas, agropecuaristas, entre outros. Antonio Augusto Paz Borges, fundador do portal teve seus primeiros contatos com a comunicação em 1968 como locutor convidado na rádio UFSM, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), onde cursou Engenharia Agronômica em 1971. Antes de fundar o portal, teve uma carreira diversificada como engenheiro agrônomo. Ministrou aulas na cadeira de Planejamento Florestal da UFSM. Também desenvolveu trabalhos de Planejamento Estratégico para grandes companhias do agro.

 

 


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