Nóticias IAC
IAC tem protocolo para a detecção de Verrugose em Tahiti similar ao utilizado pela Comunidade Europeia
Assunto será abordado no 24º Dia do Limão Tahiti e a 5º Expolimão, nesta quinta, 11
Por Mônica Galdino (MTb 47045) e Carla Gomes (MTb 28156) – Assessoria de imprensa IAC
O Instituto Agronômico (IAC) e a APTA Regional de Pindorama realizam o 24º Dia do Limão Tahiti e a 5º Expolimão, em 11 abril, no município de Pindorama. O evento irá tratar de temas ligados à fitossanidade, mercado atual, requisitos fitossanitários para exportação e a nova cultivar BRS EECB IAC Ponta Firme. O Brasil é o quarto maior produtor de limão e limas ácidas.
A fitossanidade é uma das principais preocupações dos citricultores e da cadeia produtiva. Devido ao peso que a questão possui, será apresentada a palestra do pesquisador do IAC, Helvécio Della Coletta Filho, sobre a pesquisa desenvolvida pelo Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC sobre Verrugose em Tahiti. Outro destaque na área de fitossanidade será a palestra apresentada pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária sobre os requisitos fitossanitários para a exportação para a União Europeia.
O pesquisador explica que a presença de Verrugose em lima ácida Tahiti pensava-se estar associada ao fungo Elsinoë fawcetti. No entanto, estudos recentes utilizando métodos baseados na sequência de DNA do fungo também identificaram a presença de E. australis em lima Tahiti. “Nos últimos anos, a presença dos fungos do gênero Elsinoë, que compreendem um vasto número de espécies, e a bactéria Xanthomonas citri subsb. citri, agente causal do cancro cítrico, tem sido o principal motivo de rechaço da entrada de frutos de Tahiti na Comunidade Europeia”, diz o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Foi estabelecido na Clínica Fitopatológica do Centro de Citricultura o protocolo para a detecção de Elsinoë sp em lesões suspeitas de Verrugose usando iniciadores específicos para Elsinoë de citros, assim como um protocolo onde várias espécies de Elsinoë podem ser detectadas, inclusive as de citros. Este método é o mesmo utilizado pela Comunidade Europeia nos processos amostrados para identificação de Elsinoë nos frutos interceptados.
O cientista do IAC elucida que a Comunidade Europeia tem esse protocolo como fator de eliminação obrigatória de frutos sintomáticos. Porém, os sintomas de Verrugose em Tahiti podem ser facilmente confundidos com outros danos, seja de origem abiótica ou biótica e, por vezes, até mesmo com os de cancro cítrico. Daí a necessidade de testes de diagnóstico para determinar a presença da infecção e seu agente causal.
Quando se trata de detecção de patógenos, o primeiro método é o isolamento em meio de cultura. Nesta condição, no entanto, espécies de Elsinoë, inclusive das de citros apresentam crescimento lento, dificultando o diagnóstico de rotina. A esse cenário, acrescenta-se ainda a possibilidade de contaminação, devido ao crescimento mais rápido de outras espécies de fungos, e um tempo muito maior para obtenção do laudo
Uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) para diagnóstico agiliza a detecção
Este método vem sendo utilizado para a detecção de Elsinoë em carregamentos de lima ácida Tahiti interceptados na Comunidade Europeia. Frutos amostrados, com lesões suspeitas de Verrugose, confirmaram a presença de Elsinoë em 28% das amostras suspeitas.
Segundo o pesquisador, na literatura podem ser encontrados alguns estudos que validaram iniciadores (‘primers’) específicos para E. fawcetti e E. australis, permitindo assim a distinção de ambos os patógenos. Além disso, primers conservados para o gênero Elsinoë foram recentemente validados, demonstrando que a metodologia desenvolvida também foi capaz de identificar e diagnosticar outras espécies de Elsinoë (E. annonae, E. caleae, E. diospiry, E. fagarae, E. genipa-americanae, E. pitangae, E. populi e E. punica), e também as espécies responsáveis pela Verrugose em citros (E. fawcetti, E. australis e E. citricola).
Coletta Filho ressalta que, embora a maioria das espécies de Elsinoë tenha hospedeiros específicos, o método de detecção atualmente empregado pela Comunidade Europeia não é específico para as espécies causadoras de Verrugose em citros (E. fawcetti, E. australis e E. citricola). “Assim, considerando que no Brasil são descritas 27 espécies, e que os primers utilizados no diagnóstico também podem detectar outras subespécies, recomenda-se a eliminação de frutos com qualquer tipo de sintoma, visando reduzir o risco de interceptações”, afirma.
BRS EECB IAC Ponta Firme
A cultivar de limão tahiti BRS EECB IAC Ponta Firme é o resultado da parceria do IAC com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com a Fundação Coopercitrus Credicitrus (FCC). A variedade é indicada para as áreas preferencialmente irrigadas e nas regiões Centro, Norte e Noroeste do estado de São Paulo. “Essa nova variedade apresenta maior produção de frutos em cultivo irrigado no segundo semestre, que é o período de entressafra do Tahiti. Neste período, os preços são mais elevados”, diz a pesquisadora do IAC, Marinês Bastianel.
Essa nova variedade tem elevada produtividade de frutos de alta qualidade, que é similar à dos Tahiti IAC 5 e IAC 304, variedades de referência em São Paulo.
Pode ser destinada ao mercado de frutas frescas para mercados doméstico e de exportação, além de processamento de suco e extração de óleo essencial. “Tem alta eficiência de produção de frutos por volume de copa. Como limitação, pode manifestar sintomas discretos do mosaico-das limeiras”, conta a cientista.
Serviço:
Evento: 24º Dia do Limão Tahiti e 5ª Expolimão
Endereço: Unidade Regional de Pesquisa e Desenvolvimento de Pindorama Rod. Washington Luiz, km 372 - CEP 15830-000, Pindorama-SP
Data: 11/04/2024
Horário: 7h30 às 17h