Nóticias IAC

Pesquisador e diretor-geral do IAC é homenageado na Costa Rica

Homenagem resulta do trabalho de quatro décadas em pesquisas com cana-de-açúcar

O pesquisador, líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do Instituto Agronômico (IAC-APTA), Marcos Guimarães de Andrade Landell, foi homenageado na Costa Rica, pela La Associación de Técnicos Azucareros de Latinoamérica y el Caribe ATALAC. Segundo o presidente da ATALAC, Carlos E. Sáens A., a homenagem se dá pela destacada participação de Landell na indústria açucareira. A homenagem ocorreu em 18 de setembro, durante o XII Congresso da Associação de Técnicos de Açúcar da América Latina e Caribe (ATALAC), em San José.

“Essa homenagem resulta de pesquisas com cana-de-açúcar há pouco mais de 40 anos, sendo 20 de interação com alguns países das Américas; e nos alegra o reconhecimento como importante técnico do setor sucroenergético mundial”, diz o diretor-geral do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

O líder do Programa Cana IAC comenta que vários países produzem cana-de-açúcar na América Central e América do Sul e se reúnem em congressos para compartilhar tecnologias. Desde 2005, o Centro de Cana do IAC atrai pessoas de vários locais do Brasil e do mundo. Esse grupo da Costa Rica tem interagido com o Programa Cana IAC, com participações em cursos. Durante as visitas, o grupo do IAC compartilha conhecimentos sobre variedades de cana, manejo, estratégias de produção e o sistema do Terceiro Eixo.

O congresso se tornou uma importante plataforma para fortalecer o setor agroindustrial da cana-de-açúcar da América Latina. O evento é realizado a cada três anos em diferentes países latino-americanos.

Landell esteve acompanhado no evento pelos pesquisadores Mauro Xavier, Raffaella Rossetto, Regina Célia de Matos Pires, que também é vice-diretora do IAC, e por sua esposa, Adriana Landell.

Longa e produtiva carreira

Nos anos de 1991 e 1992, mesma época em que se iniciavam as tratativas para a criação da Agrishow, Marcos Guimarães de Andrade Landell intensificou os contatos com as empresas da região de Ribeirão Preto que tinham melhor estrutura de experimentação e propôs alguns experimentos para desenvolver variedades de cana. “Na época, não havia materiais tão expressivos e com alto potencial biológico como temos hoje, mas foi um período de grande aprendizado em instalação de ensaios e desenvolvimento de metodologias. Na década de 1990, nós desenvolvemos metodologias experimentais, como os métodos biométricos de estimação de parcelas, e isso representou um grande salto na qualidade dos nossos experimentos”, conta.

Em 1994, três meses antes de a Agrishow começar, Landell e outros pesquisadores foram chamados pelo então secretário de Agricultura, Roberto Rodrigues, para saber o que era necessário para avançar com as pesquisas em cana.  O grupo do IAC elaborou o projeto em poucos dias, mas naquele mesmo período Rodrigues anunciou que estava de saída da Secretaria, tendo prometido ajudá-los para dar andamento naquelas propostas. 

Meses depois, em uma reunião do Grupo Fitotécnico de Cana, onde eram discutidos temas relacionados à canavicultura, Landell levou o projeto, que acabou se tornando a pauta do próximo encontro. A ideia era apresentar o projeto como algo promissor para o setor sucroenergético, que iria avaliar com apoiar aquele trabalho.

Desde então, o Programa Cana IAC tem intenso apoio e interação com empresas e canavicultores. Essa parceria viabiliza extensa rede de experimentos do Programa Cana IAC em várias regiões do Brasil, com resultados que atendem às diversidades regionais, sobretudo em termos de solo e clima. Esse trabalho foi determinante para viabilizar a canavicultura fora do território paulista.

A equipe considera a prospecção de demandas junto às usinas e às associações do estado de São Paulo e de outros estados do Brasil, principalmente das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Esse modelo de atuação alavancou o IAC à posição de referência no setor sucroenergético no Brasil e em outros países pela competência científica, capacidade de gestão e interação com a cadeia de produção.

O Programa Cana IAC tem cerca de 630 ensaios ativos na atualidade, apenas na sua rede de experimentação para seleção e caracterização de novas variedades. Esse modelo de pesquisa requer ação contínua e dinâmica da equipe de cientistas e técnicos, que chegam a rodar distâncias anuais superiores a 500 mil quilômetros no Brasil.

A equipe transfere os resultados da ciência nas diversas áreas do conhecimento, que proporcionam saltos de produtividade, com sustentabilidade ambiental na canavicultura.


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