Nóticias IAC
Variedade de cana do IAC é a que mais cresce em adoção no estado de São Paulo
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Materiais do Instituto ganham mercado em todas as regiões do País, principalmente no Mato Grosso e Goiás.
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A variedade de cana IACSP01-5503 é a que mais cresceu em adoção nos canaviais paulistas. Lançada pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em 2017, o material foi adotado três vezes mais na safra 2021/2022 do que na safra passada, considerando-se a cana de ano e meio e aumentando a adoção em todas as regiões brasileiras de cultivo de cana-de-açúcar.
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A informação foi levantada pelo Censo Varietal de Cana-de-açúcar realizado pelo Programa Cana IAC, considerado o de informações mais completas do Brasil. “Percebemos que essa variedade teve um crescimento de adoção muito grande, também nos estados do Mato Grosso e Goiás”, afirma Rubens Leite do Canto Braga Júnior, consultor do IAC. A informação foi disponibilizada para o setor sucroenergético durante o evento de lançamento de cinco novas variedades IAC de cana-de-açúcar, realizado em 20 de setembro, em Ribeirão Preto, no interior paulista.
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A IACSP01-5503 é adaptada para ser utilizada em todas as regiões canavieiras do estado de São Paulo, além de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Segundo os pesquisadores, apresenta comportamento estável quanto ao ambiente de produção, podendo ser colhida nas safras de outono, inverno e primavera. O material se destaca por ser resistente à ferrugem marrom, ao carvão, ao raquitismo, à escaldadura e ao mosaico da cana-de-açúcar, sendo tolerante à ferrugem alaranjada.
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Variedades do IAC se destacam no Mato Grosso e Goiás
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Segundo Braga Júnior, o censo varietal também mostrou que as variedades de cana-de-açúcar do IAC representam 5% do parque nacional, número que cresce ano a ano. “No Mato Grosso, as variedades do IAC representam 25,1% da área de plantio e 15,4% da área total cultivada e em Goiás, 14,1% da área de plantio e 13,5% da área total cultivada.
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A explicação pelo aumento na adoção dessas duas regiões está no forte trabalho realizado pela equipe do Programa Cana IAC no Cento- Oeste, com parcerias importantes como as firmadas com as usinas Jalles Machado e UISA.
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Apesar do crescimento gradativo na adoção de variedades do IAC e também de outros programas de melhoramento genético brasileiros, o consultor reforça que o setor sucroenergético ainda tem bastante resistência para adotar novas variedades de cana, lançadas anualmente.
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“É um trabalho de convencimento. O setor canavieiro é muito tradicional, tendo como característica a manutenção do cultivo de variedades de cana mais antigas, o que não é interessante do ponto de vista de produtividade. Isso ocorre também porque uma variedade de cana permanece no canavial por cerca de sete anos, o que também reduz a velocidade na adoção de materiais mais modernos. Porém, temos percebido uma maior sensibilidade para mudar essa realidade”, explica Braga Júnior.
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Censo Varietal de Cana-de-açúcar do IAC
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O Censo Varietal de Cana-de-açúcar do IAC é considerado um dos mais completos do Brasil com levantamento de informações de mais de 6 milhões de hectares cultivados com cana-de-açúcar no Brasil. “Estima-se que o país cultive cana em 9 milhões de hectares, o que mostra que conseguimos informações de grande parte das regiões brasileiras”, afirma o consultor do Programa Cana IAC, responsável pelos levantamentos.
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As informações são repassadas de forma contínua por todo o setor, como usinas, fornecedores, cooperativas, associações e produtores rurais. “Eles preenchem uma planilha bastante completa e nos enviam essas informações por e-mail. As informações são retornadas para os produtores, mensalmente, de forma compilada, por meio de relatórios estratégicos. Temos o compromisso de não divulgar informações individuais, para não trazer qualquer impacto comercial”, explica.
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Anualmente, o IAC disponibiliza as informações levantadas durante as reuniões do Grupo Fitotécnico e também por meio de publicação. “As informações desse censo são muito importantes para o Programa Cana IAC, auxiliando nas nossas estratégias de pesquisa e transferência de tecnologia, mas também para todo o setor produtivo, que pode saber como a cultura e o produtor está se comportando”, diz Braga Júnior.
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