Nóticias IAC

IAC lança cinco variedades de cana com alta produtividade e adaptação a diversas regiões

IAC lança cinco variedades de cana com alta produtividade e adaptação a diversas regiões

Cinco novas e modernas variedades de cana-de-açúcar foram lançadas pelo Programa Cana do Instituto Agronômico (IAC), em 20 de setembro de 2022, em Ribeirão Preto, interior paulista. Considerando produtividade e longevidade, esses novos materiais apresentam superioridade de 12% a 27% em relação à variedade padrão observada nos estudos, a RB867515. Destacam-se pelo alto teor de sacarose, aumento de longevidade dos canaviais, possibilidade de longo período de colheita e adaptação a diversas regiões canavieiras do Brasil e diferentes tipos de solos. O secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Francisco Maturro, e o subsecretário, Orlando Melo de Castro, prestigiaram o lançamento, juntamente a diretores dos institutos da SAA.

\r\n

O público presente também conheceu os resultados do Censo Varietal Safra 2022/23 realizado pelo Programa Cana IAC. Os dados revelam que a variedade de cana IACSP01-5503, lançada em 2017, apresentou o maior crescimento entre as novas adotadas no último ano de plantio. Esta variedade teve aumento de três vezes em relação à área previamente ocupada. Mais informações em outro texto nesta edição.

\r\n

“Este é o momento de entrega do produto do nosso trabalho, após 10 a 12 anos do início do processo de hibridação”, disse Mauro Alexandre Xavier, pesquisador melhorista que também atua na coordenação do projeto de desenvolvimento de novas variedades e, atualmente, diretor do Centro de Cana do IAC. Xavier também ressaltou que em 2022 se completam 13 campanhas de hibridação na Bahia, onde o IAC mantém uma estação no meio da Mata Atlântica. “Lá, em uma área muito próxima do nível do mar, a 90 metros de altitude, temos todas as condições para fazer nosso trabalho.”

\r\n

O líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, também ressaltou que o lançamento representa 12 anos de trabalho da equipe para entregar novas tecnologias ao setor. Ele também destacou que o Censo Varietal IAC traz dados que mostram a adoção de 58% de variedades IAC, na usina Denusa, em Goiás, além da Matriz do Terceiro Eixo. “Plantar variedades antigas é um grande atraso de vida”, resume.

\r\n

A Denusa produz sete cortes com 106 toneladas, por hectare. “Goiás está produzindo mais porque nas propriedades foram adotadas novas variedades”, afirmou Landell. O pesquisador também destacou o canavial com 52% a mais de colmos, graças à adoção das recomendações do Programa Cana IAC.

\r\n

Em 2022, o IAC produziu 10 mil gramas de sementes, necessárias para chegar à variedade. Cada grama produz 250 seedlings, por grama. Xavier relatou que, mesmo durante a pandemia, os trabalhos foram mantidos para não haver interrupção no fornecimento dos resultados. “A dinâmica de um programa de melhoramento é assim: tem lançamento de variedade e tem progênie em início de processo, simultaneamente”, explica. O pesquisador relatou que a partir dos lançamentos são multiplicadas as sementes para promover a rápida adoção tecnológica.

\r\n

Após as apresentações, o público visitou as novas variedades no Jardim Varietal do IAC, com explicações de Landell e Xavier.

\r\n

Potencial produtivo das novas variedades e relação com manejo

\r\n

Todas as novas variedades IAC possuem potencial biológico próximo a 300 toneladas de biomassa no primeiro ciclo da cana-planta. Mauro Xavier chamou a atenção para a importância de os produtores adotarem os manejos recomendados pelo Programa Cana IAC, que podem promover aumentos de 15 a 20 toneladas, por hectare. “Esse salto é obtido com o uso de pacotes tecnológicos IAC, que incluem resultados de pesquisas de vários projetos do Programa Cana: Melhoramento, Manejo Varietal, Matriz do Terceiro Eixo, Ambicana, Sanicana, Matologia, Nutrição, MPB”, explica Xavier. O produtor Renato Trevizoli foi mencionado como exemplo de usuário que adota os manejos recomendados pelo Programa Cana IAC.

\r\n

Marcos Landell apresentou os ganhos de cada variedade lançada. Dentre as características estão o alto teor de sacarose, a resistência à ferrugem marrom e a precocidade dos materiais.

\r\n

A IACCTC07-7207 é uma variedade de alta produtividade, atingindo valores 27% superiores à produtividade agrícola da variedade padrão: a RB867515. “Essa produtividade tão superior decorre da sua elevada população de colmos, que supera o padrão em 52% na média dos quatro primeiros cortes. Essa superioridade agrícola é transferida também para a produtividade agroindustrial”, explica Landell.

\r\n

A IACCTC07-7207 também amplia a longevidade de seus canaviais, estimada em quatro cortes. Esse ganho resulta da alta capacidade de brotação deste material, que se adapta a diferentes regiões canavieiras do Brasil. A IACCTC07-7207 também tem apresentado ótimos resultados no Nordeste: Pernambuco, Alagoas, Bahia e Paraíba. “É uma variedade bastante ereta e com excelente adaptação ao plantio mecânico, o que a caracteriza como moderna e facilitadora das práticas de mecanização, incluindo o plantio e a colheita”, comenta.

\r\n

Muito competitiva e com alta produtividade, a IACSP02-1064 também tem adaptação muito boa a diversas regiões. Por ser precoce, amadurece logo no início da safra, qualidade que interessa a canavicultores e usinas. Segundo Landell, a IACSP02-1064 acumula elevada sacarose e pode ser colhida por um longo período da safra – de abril a setembro. “Seu rápido desenvolvimento inicial auxilia no sombreamento das entrelinhas, reduzindo a matocompetição. Com esse perfil, essa variedade tem mostrado excelente adaptação em manejo orgânico”, diz.

\r\n

Outro destaque é sua excelente estabilidade, viabilizando sua utilização em diversas regiões canavieiras do Brasil e em diferentes solos. A IACSP02-1064 apresenta boa performance agroindustrial em praticamente todo os estados de São Paulo, além de Paraná e Mato Grosso do Sul. “Em regiões com chuvas mais irregulares, como Goiás, Minas Gerais e Tocantins, mantém-se competitiva quando a alocamos em solos de maior potencial produtivo”, afirma Landell.

\r\n

A IACCTC05-5579 se destaca por não contrair a ferrugem marrom. É uma variedade com perfil bastante moderno: ereta, com fechamento vigoroso das entrelinhas e muito adaptada ao plantio e colheita mecânicos. “Ela viabiliza canaviais de grande longevidade graças à elevada população de colmos, atingindo 38% a mais que a variedade padrão, a RB867515. Isso resulta em canaviais próximos de 100 mil colmos por hectare, com grande longevidade”, complementa. A IACCTC05-5579 destaca-se principalmente nas regiões mais quentes, como Norte e Oeste Paulistas e Goiás. Mesmo em áreas que sofrem incêndios criminosos, tem excelente capacidade de brotação após a colheita e no momento da nova brotação.

\r\n

A IACCTC06-5732 é outra variedade que tem elevada população de colmos, superior em 31,4% à variedade padrão RB867515. “Isso ocorre porque ela apresenta excelente soqueira, com alta população de colmos em cortes avançados”, atesta. A equipe do Programa Cana IAC recomenda seu plantio em condições ambientais melhores. Sua colheita poder ocorrer praticamente durante toda a safra, otimizando o início com o uso de produtos maturadores. Além dessa longevidade, esse material é muito adaptado ao plantio mecânico. Por apresentar hábito de crescimento ereto, também favorece a colheita mecânica.

\r\n

Com bons resultados, principalmente no estado de São Paulo, a IACCTC08-9052 também apresenta boa contribuição em regiões de maior altitude. Deve ser plantada em ambientes superiores ou de médio potencial. Também tem ótima performance com irrigação suplementar, mesmo que deficitária. “Tem um rápido crescimento inicial, o que possibilita alta taxa de multiplicação em viveiros. A população de colmos supera em 19,1% ao da variedade padrão RB867515”, completa Landell.

Para mais informações acesse -


Sede do Instituto Agronômico (IAC)
Avenida Barão de Itapura, 1.481
Botafogo
Campinas (SP) Brasil
CEP 13020-902
Fone (19) 2137-0600