Nóticias IAC
82,6% das empresas do setor sucroenergético pretendem usar sistema MPB para renovação de canavial
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Este é o resultado do levantamento, que também demonstra a importância do Sistema de Mudas Pré-Brotadas para adoção de novas variedades. Produção de mudas “em casa” também é destaque.
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Levantamento realizado pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, com 172 empresas produtoras de cana-de-açúcar mostra que 82,6% delas pretendem utilizar o Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB) para auxiliar na renovação dos canaviais em 2022. O MPB é uma tecnologia do IAC que inovou o modo de produção de viveiros de cana-de-açúcar no Brasil, levando para campo uma muda, em vez de toletes.
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De acordo com as empresas ouvidas pelo IAC, a explicação pela escolha do método para renovação dos canaviais está na sanidade das mudas pré-brotadas e nas altas taxas de multiplicação observadas no uso da tecnologia.
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O levantamento também mostra que o uso do MPB não está disseminado de forma uniforme entre todas as regiões produtoras de cana-de-açúcar, o que traz espaço para crescimento na adoção da tecnologia. Para fazer essa análise, foi criado o índice de uso do MPB (IUMPB) que é dado pela relação entre o número de MPBs plantadas dividido pela área de reforma das empresas.
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“Em 2022, a região de Ribeirão Preto foi a que mais se destacou na quantidade de MPBs plantadas, com um total de 622 mudas para cada hectare da área de renovação. Em seguida estão os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, com 483 mudas”, explica Rubens Braga Junior, consultor do Programa Cana IAC.
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Os pesquisadores do Instituto Agronômico verificaram espaço de crescimento na adoção do MPB em regiões paulistas de Araçatuba, São José do Rio Preto e Jaú, além do estado do Paraná. “Na média, 258 mudas de MPB para cada hectare de área de renovação devem ser usadas pelas empresas que participaram da pesquisa”, afirma Braga.
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Mais velocidade na adoção de novas variedades
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Uma das maiores vantagens na utilização do sistema MPB está na aceleração da adoção de novas variedades de cana nas propriedades, segundo as empresas entrevistadas na pesquisa do IAC.
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Das 20 variedades mais citadas pelos entrevistados para serem usadas na renovação com MPB, 17 foram liberadas pelos programas de melhoramento genético ao setor produtivo a partir de 2010. Dessas, nove foram liberadas nos últimos cinco anos ou ainda estão em processo de liberação para plantio comercial.
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“Os entrevistados também responderam sobre as variedades que gostariam de plantar com mudas de MPB para o ano de 2023. Neste caso, todas as 20 variedades mais citadas foram liberadas a partir de 2010, sendo 15 delas nos últimos cinco anos. Considerando 2022 para os clones ainda não liberados, o resultado é 3,6 anos superior ao obtido na safra passada, o que mostra grande interesse das empresas produtoras por variedades cada vez mais modernas”, explica o consultor do Programa Cana IAC.
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Produção própria de MPB ganha espaço no setor
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Outra informação importante que traz o levantamento é uma mudança significativa no sistema de produção de MPB ocorrida nos últimos quatro anos. De acordo com a pesquisa, as empresas estão aumentando de forma acentuada a produção própria das MPBs. “Isto se deve, em grande parte, aos cursos ministrados pelo Instituto Agronômico, por meio do Programa Cana IAC, que já capacitaram cerca de 900 profissionais no sistema de produção de Mudas Pré-Brotadas”, afirma Braga.
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De 2019 a 2022 a proporção de MPBs plantadas pelos produtores brasileiros, vindas de produção própria, saltou de 41% para 74%, aumento de 82% em três anos. “Esta evolução mostra que as empresas passaram a ‘fazer em casa’ a produção de suas mudas, tornando-se independentes e organizando melhor a sua logística de plantio”, diz o consultor.
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Entenda a pesquisa
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O Programa Cana do Instituto Agronômico realiza anualmente pesquisa sobre as novas técnicas de plantio de cana-de-açúcar, visando detalhar as principais práticas que estão sendo utilizadas em áreas de renovação dos canaviais pelos produtores brasileiros.
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O trabalho tem o objetivo de delinear geograficamente as empresas que estão adotando as técnicas mais modernas de multiplicação e, com isso, alcançando os melhores resultados em produtividade e sustentabilidade econômica e ambiental.
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Segundo Braga, em 2022, o levantamento atingiu 172 empresas produtoras de cana, totalizando uma área de aproximadamente 864 mil hectares a serem plantados em 13 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, São Paulo e Tocantins.
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“A amostragem realizada em 2022 foi recorde em termos de área levantada, em comparação com os cinco anos anteriores desse levantamento, revelando o expressivo interesse dos produtores em relação aos resultados dessa pesquisa”, afirma Braga.
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